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Security Analysis

Security Analysis

Benjamin Graham | David L. Dodd

Na “Bíblia” do Value Investing, Benjamin Graham expõe detalhadamente, e com vários exemplos, os conceitos básicos que passaram a ser seguidos por alguns dos melhores investidores nas décadas seguintes. No período em que o livro foi escrito, após a crise de 1929, o autor usufruía de diversos exemplos marcantes de deslocamento entre o preço das ações e o valor das empresas. Com um rigor analítico invejável, Graham mostra a diferença entre preço e valor em diversos casos e discorre sobre os motivos de sua existência. Naquela época o mercado, caracterizado como “Mr. Market” pelo autor, estava extremamente pessimista, mas o oposto também ocorre de tempos em tempos. Na Nebraska temos sempre em mente os ensinamentos de Graham, especialmente para nos mantermos racionais e analíticos em momentos de ânimos mais aflorados.

Common Stocks and Uncommon Profits

Common Stocks and Uncommon Profits

Philip A. Fisher

Além de Ben Graham, o outro autor que influenciou muito (e de modo crescente com o passar dos anos) a carreira de Warren Buffett foi Philip Fischer. Enquanto Graham focava em indicadores quantitativos para identificar oportunidades de investimento, Fisher desenvolveu um método voltado para as características qualitativas de uma empresa. Por um processo chamado por ele de “scuttlebutt”, Fisher analisava uma empresa de modo exaustivo e por diversos ângulos; por exemplo, ele entrevistava executivos, clientes e fornecedores com uma lista de perguntas pré-definidas e tomando nota de tudo o que aprendia sobre aquela empresa e seu setor. Com esses estudos, Fisher conseguia, com alto grau de sucesso, identificar as empresas cujos resultados seriam mais sustentáveis e crescentes adiante. Ele concentrava seus investimentos nas melhores empresas identificadas e raramente as vendia. Na Nebraska nós usamos muito os ensinamentos e o método de Fisher; antes de olhar simplesmente para métricas quantitativas de diversas empresas e tentar identificar aquelas mais “baratas”, nós focamos, primeiramente, em selecionar um grupo de empresas com características qualitativas superiores, em setores que entendemos, para estarmos prontos para nelas investirmos quando os ânimos alterados do mercado nos derem a chance, ou quando acreditamos ver algo ainda não precificado. Em nosso processo de análise, sempre buscamos responder a pergunta: “Para onde essa empresa está indo?” – Se a resposta não é satisfatória, dificilmente existe um preço barato o suficiente para suas ações. Assim como Fisher, também somos acionistas de longuíssimo prazo.

The Outsiders

The Outsiders

William N., Jr. Thorndike

Neste livro muito elogiado por Warren Buffett, William Thorndike analisa os métodos de gestão e alocação de capital de oito CEOs cujas empresas deram retornos aos acionistas muito acima da média e por longos períodos de tempo. O título do livro já diz bastante; esses CEOs trouxeram uma visão de fora para os negócios e setores em que atuaram e adotaram práticas não convencionais, tais como Tom Murphy descentralizando a gestão operacional em redes de TV, ou Kay Graham usando o caixa da empresa para recomprar ações do Washington Post agressivamente em períodos de baixa. Estas e outras práticas descritas no livro vieram a se tornar senso comum com o passar dos anos, mas implementá-las inicialmente requereu gestores alinhados com seus acionistas e racionais. Fugir do convencional é sempre arriscado, mas são as empresas que o fazem com excelência que entregam os melhores resultados. Na Nebraska, damos atenção especial a executivos pouco convencionais e suas empresas, buscando aquelas que fogem do senso comum de modo racional e que estão alinhados com os acionistas minoritários.

Ubiquity

Ubiquity

Mark Buchanan

Este é um dos melhores livros já escritos sobre risco. O autor, Mark Buchanan, usa exemplos para argumentar que catástrofes e/ou eventos inesperados não vêm do nada. Se as condições apropriadas existem, o risco se acumula com o tempo, até que se atinge um estado crítico no qual uma pequena faísca leva a um grande evento. Todos já vimos isso quando aquele último grão de areia leva o castelo ao chão na praia. Quando constantemente controlamos nosso ambiente para evitar eventos inoportunos ou indesejáveis, estamos, muitas vezes, acelerando o acúmulo de risco; por exemplo, ao suprimirmos pequenos fogos numa floresta, deixamos a vegetação crescer cada vez mais densa e suscetível a um incêndio incontrolável, o qual pode ser catalisado por uma bituca de cigarro (na qual coloca-se a culpa em geral). É impossível determinar o exato momento no qual o risco acumulado levará a um grande evento, mas ao entender sistemas e suas histórias, podemos identificar aonde/quando o risco acumulado já se aproxima daquele estado crítico. Na Nebraska, usamos esse modelo mental extensivamente ao estudar empresas, em especial aquelas do setor financeiro, no qual o acúmulo de risco é não só natural, mas usualmente escondido, além de muito importante.

Tudo ou Nada

Tudo ou Nada

Malu Gaspar

Colocamos esta obra de Malu Gaspar entre os melhores livros de negócios já publicados no Brasil. Em uma intrigante narrativa a autora nos conduz pelas aventuras empreendedoras de Eike Batista, focando nos aspectos psicológicos e emocionais (não só do protagonista, mas de todos aqueles envolvidos, incluindo investidores) que permitiram a ascensão do império, bem como levaram a sua inevitável queda. Essa história é valiosa para investidores, buscando proteger perdas permanente de capital. (Felizmente, nunca fomos acionistas de empresas do Eike.)

Cable Cowboy

Cable Cowboy

Mark Robichaux

O livro conta a história de John Malone, um executivo/empreendedor que assumiu uma pequena empresa de TV a cabo em 1973 (a TCI, na região de Denver nos EUA) e revolucionou não só o nicho de TV a cabo, mas todo o setor de telecomunicações através de sua estratégia pouco convencional de gestão e alocação de capital. Na parte operacional, Malone sempre foi um proponente de agilidade e descentralização. Na parte financeira, “criou escola” ao usar ativos com geração de caixa resiliente e crescente para tomar financiamentos que o permitiam investir bastante nas operações, além de prover generosos retornos de capital aos acionistas (na forma de recompras de ações, mais eficiente do ponto de vista fiscal). Atualmente, Malone controla várias empresas de capital aberto, a maioria delas no nosso radar. Este é um de vários excelentes livros contando histórias de empresas e/ou empresários que temos na nossa biblioteca; tais livros são muito úteis para aprendermos sobre setores da economia, além de identificarmos líderes diferenciados. É impressionante como, mesmo nos mais difíceis setores, gestores diferenciados podem “fazer chover”.